segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Os Orfãos


Somos filhos da solidão
Com os pés amarrados á multidão.
Não conseguimos ver a nós mesmos
Nem mesmo diante do espelho.

O frio que congela a alma
Como a correnteza lenta e calma,
Nos arrasta pra muito longe,
Onde nossa coragem se esconde.

Tua presença
Destrói-me como uma doença,
Que nunca sai sem deixar sequelas -
O ciclone devastando a terras.

Ainda com todos a minha volta,
O álcool e todas as risadas soltas,
Possam enganar tudo em meu caminho,
Faço de minhas taças de vinhos,
Minha viagem para o centro do nada,
Da camada vazia do meu peito,
Por direito, me acusa as lágrimas
Ser teu escravo pela eternidade...

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Eu Podia...

Eu tinha muitos pães,
Salgados e doces cremosos.
Ainda que me rangessem os ossos
Preferi ficar com fome.

Tinha muita força -  
Punhos sólidos, de aço -

Mas por obra do acaso,
Preferi mais uma vez curvar-me.

Podia ter vivido muitos amores,
Mas preferi ter um medo Papageno,
Mudando assim meu destino
Pra poder me lamentar.

Tinha muita coragem,
Como a ave que protege o ninho,
Afastando o predador do caminho,
Mas preferi fugir para não lutar.

Tive chance de ser tudo,
Com força, sobriedade, amor e coragem,
Mas preferi minha pior metade
Para poder pedir desculpas e chorar...

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Corpo Fechado

Não sou tão humilde assim. 
Tenho o sangue de quem luta até o fim.
Amo minha arrogância 
Alimentada na infância 
Pela espada que me mostra 
A força de meu criador, 
Meu corpo fechado para dor.

sábado, 15 de setembro de 2012

A Pátria


Falo em versos.
Testo cada palavra.
Amorteço em minhas costas o florete -
Mesmo não sendo filho da sorte -
Fechando os olhos ao flerte
Que no planalto se percebe.

Finjo não ver
O massacre de almas puras
E nos abster
Das nossas armas contra a ditadura.

Meu cansaço e minha dor
Alimenta meu ódio e pavor
A tanta atrocidade.

Pois esta pátria que trago a bandeira,
Mesmo que não queira,
Não me ofereceu nada,
Nem mesmo me pariu,
Apenas me cuspiu...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A Linha De Chegada...

Qual a distância 
Entre o nirvana e meu espírito,
Seguindo com ânsia 
De minha choupana pelo labirinto. 
As curvas os sinais, 
Setas indicativas, 
O caminho fácil para andar em círculos.

A alma cansada, 
A dor da morte á espada,
A linha de chegada, 
O fim da estrada...

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Corro

Corro,
Corro,
Corro,
Corro,
Corro até que meus pés se cansam.
 Se lançam a frente,
 Sem chão,
 No ermo,
 Tropeço,
 Rolo,
 Sinto o solo.

 Choro...

  O sal e o sangue se misturam. 
Minhas lágrimas
 Regando minha face pálida
 Afogado na dor...

terça-feira, 10 de julho de 2012

Re-construir


Reconstruir...
Montar, cortar, acrescentar, incluir...
Se passo o dia calculando
Haverá de, muitos tijolos, eu empilhar.
E serão empilhados...
Fazer do árduo presente
Um futuro novo,
Que expresse em meu rosto
A alegria do continuar...

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Desabafo de um cidadão brasileiro...


Sentado em meu quarto, viajo entre as rachaduras que nele estão.
Parte-me a alma saber que um homem trabalha a vida toda, de sol-a-sol para se deitar em seu leito pobre– que na maioria das vezes não é de fato seu - sem expectativa, sem um lugar decente para descansar seus ossos moídos pela longa jornada.
É para mim, estranho, pensar que temos uma constituição que fala em seu artigo sexto a obviedade de que um cidadão tem garantido seus mais primários direitos a subsistência. Morar? Ter moradia? Morar dignamente? Perguntas que se tornam tolas quando a seu conteúdo obvio. Vendo uma família em baixo de marquises, passando fome e frio e pior: tendo a dignidade roubada pelos longos anos de trabalho escravo. E onde está o cumprimento dessa lei? Onde está a lei para aqueles que ficam anos a procurar sua dignidade concretada em tijolos e cimento? Somos peças de uma maquina capitalista que corrompe a massa, deixando-a pensar que moradia, educação e outros itens deste porte são bem menos importantes que um Ipod. O sustento de seus filhos e filhas sendo degradado a cada dia por uma escória capitalista que nos suga, sangra, corrompe e escraviza nos dando em troca, pão e carnaval. Ainda que tenhamos um governo progressista, eu quero mais. Quero poder ver minhas filhas crescendo com condições de não ser escravizadas como eu fui e ainda sou. Quero poder me recolher, junto a mulher que amo, a dignidade de uma moradia descente. Quero poder ter em minhas mãos as chances e o verdadeiro controle da direção das coisas que tenho de melhor: Minha vida e minha família.
Assinado:
Cidadão Brasileiro.

sábado, 30 de junho de 2012

Alguém


Mar que banha meu ser,
Leito florido com perfume único
Deleitar-me no corpo seu.

Forma máxima de prazer,
Buscando meus desejos mais íntimos
Teste de fogo neste peito meu.

Galgar em todo meu querer,
Este lago profundo os lábios úmido,
Raros como azul do mar,
Gaudiando meus sonhos que se perdeu...

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Um Só...

"Passei minutos e o furto das palavras era perceptível.
Meus olhos ficavam passeando pelos seus olhos escondidos -
Tímidos - atrás dos seus óculos tortos.
Não entendia isso...
Dizer que te amo é estranho,
Banho meus pensamentos soltos com essa estranhesa.
Agora compreendo:
Amo o novo Eu.
Não posso amar-te,
Amar-te é amar alguém que se apalpa
E se busca.
Seria negar o óbvio:
Eu não sou mais eu,
e não és mais tu.
Somos um novo ser,
Um só,
Pois faz parte de mim..."

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Eu odeio Alphonsus de Guimarães e suas poesias...


Eu odeio Alphonsus de Guimarães e suas poesias
...
Escreve o que eu queria e deixa-me sem palavras,
No abismo da ignorância e na infâmia dos iletrados
Com grandes espaços das minhas sílabas sem sentido.

Eu odeio Alphonsus de Guimarães e suas poesias...
Suas rimas incríveis e seu romantismo profundo,
Seu genialismo absurdo 
Em versos longos ou curtos.

Eu odeio Alphonsus de Guimarães e suas poesias...
Sentindo-me num deserto de palavras, ainda arrogantes
Ofuscando minha idéia de ser poeta
O delírio dos amados e amantes

Eu odeio Alphonsus de Guimarães e suas poesias...
Mas se ele não as escrevesse,
Escreveria eu?
Se minhas dores ainda não são tão bem traduzidas por mim 
Poderia eu apossar dos versos seus?
Se eu vejo as cores da minha alma nos versos que leio,
Poderia enxergá-lo nu como meus amores no colo de minha amada e em teus seios,

Teria eu perfeitamente as escrito?
Se as letras que rabisco no papel com toda minha inspiração e ímpeto, são apenas letras
Poderia ser dono de tão belos versos
?

Na verdade,
Com toda minha força e vontade,
Eu odeio não ser Alphonsus de Guimarães e não ter escrito suas poesias.

domingo, 10 de junho de 2012

Deserto...


Meu espírito é um território árido. 
Nada cresce.
Nada floresce.
As permanentes tempestades de areia,
O deserto expande na minha alma
Que sua falta perpetua...

quarta-feira, 30 de maio de 2012

O Jardim

Olhei aquele jardim ao longe
Onde minhas vistas descansavam.
Os mesmos dias,
As mesmas horas,
Ali parava num singelo momento
Com aquele instante de paz ao sabor do vento.
Contemplava sua beleza,
Sua vida, sua flora.
No meio daquele vergel
Olhava para o infinito céu,
Sentia a liberdade gritar no meu peito
Feito a mãe-fera a defender seu filhote.
Mas no meio da calmaria avistei-a,
Com fúria santa,
Destruindo silenciosamente o que crescia ao seu redor,
O jasmim mais lindo que já vi.
Neste momento, nada era real,
O fim de tudo era o nada,
Minhas poesias efêmeras.
A beleza sucumbia ao jasmim
O fruto mais apetitoso da espada.
Mas esse jasmim que se insinuava com seu perfume
Une a beleza e a dor.
Não era meu, seus desejos
Seu amor.
Aquela flor singela,
Pérfida.
Escondia seu vicio.
O ilícito estancado na alma.
Da forma mais cruel me deixou.
Risonha e bela.
Pétalas ao vento,
Abriu-se ao céu e se foi.
Suas folhas murchas.
Mancham minh’alma resentida.
E assim vivo preso a frente do jardim
Com uma dor brutal e sem fim.
Mas não é culpa dela
É o poeta que erra
Quando rima seus amores
A fragilidade das flores
E assim procuro um motivo
Para seguir meu caminho...

sábado, 12 de maio de 2012

O Tempo...


Caminho pelas vielas centenárias de minhas memórias.
Com homens e seus ternos,
Os que amam e os que são amados
Cortejados pelas prostitutas nos cabarés.
O choro das viúvas que penam
No abraços da solidão,
As estações e seus relógios mágicos,
Ávidos para degustar o tempo.
Lento.  .  .
Uma refeição saborosa para quem nos mata.
As gargalhadas do nobre em seu casarão,
O martelo do carpinteiro,
O areio do cavalo do soldado,
O fardo do agricultor,
O ator e suas histórias na praça,
A farsa que grito nos becos
E as verdades que escondo por medo.
Minha felicidade plena,
Minha canção,
Minha cena,
Meu amor e um poema.
Assim caminho pelas vielas centenárias de minhas memórias...

Mãe-Pátria I

Minha mãe pátria suja 
Me esquece numa esquina escura.
Choro a fome, sem nome.
O menino-homem no berço pobre 
Abandonado com a sorte dos inválidos,
No hálito sanguinário da dor.
Minha mãe pátria puta 

Me esquece numa esquina escura,
Sem nome, alguma alcunha. 
Nos entulhos dos becos sujos
Arrasto-me chorando, galgando as pedras
Das ruas imundas, noturnas.
O teu desprezo – fúria – insulta, 
Empurra-me para fora de mim. 
Palmadas com as mãos pesadas,
Não quer me dar o que comer.
O que serei quando crescer? 
Filho bastardo do ódio
No pódio da destruição 
Ou com revolveres da ilusão?
Minha mãe pátria suja 

Me esquece  numa esquina escura...

Silêncio...


Volto cabeça baixa.
Farto-me de cores.
Não digas nada -
Silêncio...

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Sementes...

Hoje quero vagar na escuridão profunda,
Oriunda de meus mais lindos sonhos.
Pelos desertos infinitos que minha dor traz-me,
Nos espinhos de flores que perfumam minhas feridas - 
Minha alma gélida – até perder a consciência.
Consciência?
Minha consciência... 
Assim lívida, vai-te.
Para que meus ossos magros 
Se transformem em sementes 
Dentre as pedras e terra dura,
Crescendo forte, seja cura
Para quem segura minha mão...

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A


A letra “a” para começar.
Mas quando a caneta falha, 
A palavra incompleta.
Perde o sentido, o sentimento
No vão das linhas mal traçadas
Do texto pela metade.
Rouba inspiração,
Esconde a verdade
De toda minha emoção...

Fragmentos I


Às vezes ando em círculos,
Esbarro nos muros,
Perfuro minha perspicácia,
Minha força contraria.
Sinto-me estranho com você,
Minha força toda se reduz ao medo
Mas ainda assim te percebo um sol mais cedo...

terça-feira, 10 de abril de 2012

Carta de Despedida


Venho através destas simples palavras, mas minhas,
Escrever-te essa pouca linhas.
Agradeço por você ter morado comigo,
Feito minha vida segura
Sem oscilações ou qualquer outra desventura.
Foram anos de tranquilidade,
Passos cadenciados pelas ruas da cidade.
Nenhuma surpresa ou novidade.
Dei-te meu coração,
Todos os meus pensamentos enlouquecidos
Minhas pernas, olhos e minhas mãos.
Mas infelizmente é chegado a hora de deixar-te.
Não foi maldade não,
Mas aquela menina com olhos pequenos
Convidou-me a voar.
Achei que era brincadeira, mas percebi meu corpo no ar.
Agora não consigo me ver no chão e não posso mais voltar.
Agradeço-te por me fazer enxergar,
Que meu mundo não era seu.
Encontro-te por aí,
E não me espere para o jantar,
Pois estou muito ocupado agora sendo feliz,
Sem nenhuma sombra ou escuridão.
Um abraço e tchau, companheira solidão...

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Mudanças...

A pungente vontade de mudança,
Morre nas mãos do verdugo, 
Na falsidade da palavra esperança
Encostados no frio dos muros.

Não ando com sorriso ou alegria aparente,
Visto preto remeto ao lado sombrio.
Pensamento doente,
Caminho arrastando 
Com sangue no olhar,
Espada nas mãos 
E uma pedra no coração
Veredas lindamente aleivosas.
Nas armadilhas dos sorrisos
Minhas palavras calaram-se.
Escondo minha dor inerente
Que me acompanha desde a tenra idade
Pelas ruas sujas da cidade
Na velocidade do pensamento perdido
No aflito momento que choro...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A Árvore


Não era raro ver as árvores.
Era estranho não ver nada
Nos campos que amei,
Nas almas que resgatei
A arvore da vida que crescia
E merecia mais a minha atenção...

terça-feira, 20 de março de 2012

Acordo II

 
Escrevo meu futuro na areia
Avisto a lua linda na minha mão
Espalho gargalhadas pelos bosques
Acordo sem sentir meu coração...

A Sua Morte...


Desculpe por te matar.
Meu corpo exposto na sua sala de jantar.
Meus pedaços te despedaçando
Enquanto pro infinito vou caminhando.
Ha vida na escuridão e
Também na solidão.

Mesmo que sejam de vocês as minhas lástimas,
Parto de uma vez sem muitas lágrimas,
Mas nunca digas que não me queres,
Pois o sândalo perfuma o machado que o feri...

sexta-feira, 16 de março de 2012

Quem?


 
Perguntaram por mim,
Assim, 
Sem palavras bonitas ou carinhosas
Ou que possa em mim ser sentidas.
Perguntaram por alguém,
Quem?
Um cidadão qualquer,
Se deseja ou algo quer,
Não sabes ninguém...
Passaram por aqui,
Pé antepé
Por cima da minha fé,
Como até então não haviam feito.
Riram da minha força,
Minha fantasia de herói,
Uma boneca de louça aos pedaços -
O branco -
O vazio espaço.
Rejeitaram meu “não”,
Com ilusão de certezas vans,
De ser nada,
De não mudar nada,
De não fazer diferença,
De não questionar a sentença...

segunda-feira, 12 de março de 2012

Fogo


Teu jeito quedo,
Meigo,
Muta,
Camufla...
Teu ímpeto voraz 
Capaz uivar...

Respiras...

Teu olhar me despe. 
Reveste meu corpo de desejo. 
Minhas dúvidas e medos.

Toca-me, arranhas,
Lança-me nas chamas da paixão...

Impetuosa... 
Gostosa dor -
Sabor que arde meu corpo -
Me molhas com teu óleo,
Teus delírios...

Freme teu corpo
Ao toque de meus dedos.
Sinto-me louco
Recebendo teus lábios...

Respira com violência,
Teus gemidos, 
Minhas marcas em tua existência...

Acalma teu corpo ardente. 
Já sente a brisa
Relaxar teus músculos úmidos.
Muta.
Camufla. 
Olhas com teu jeito outra vez quedo
Meigo,

Beija,
Imaculadamente,
Adormece...

O Rio


Eu sou o rio.
Levo tuas dores em meus braços -
Os laços - 
O remanso.
A água que mata a cede. 

Molha teu corpo,
Rega tua esperança,
Ainda não sendo pouco
Minhas águas pra ti dançam.

Mas assim te deixo
Em minha margem a chorar,
Com toda dor em meu peito,
Levo-te no pensamento,
Como a folha do leito ao mar...

domingo, 11 de março de 2012

Felicidade



Corro feito louco
A procura do tesouro,
Me perdendo, andando sem direção,
Preso as minhas angustias e confusões.

A carrego escondida no peito
Ou no meu último leito,
No sombrio da cidade?
Onde estará a felicidade?

terça-feira, 6 de março de 2012

Meu Bem Querer...


A morte 
Que vem do corte, 
Que vem do grito, 
Ante o gemido,
Vinda da dor 
De um pobre amor 
Que partiu o coração 
Como vidro no chão, 
De alguém caído, 
Que esvaído 
De toda vida,
Ante a saída 
Pra não sofrer 
Por seu bem-querer...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Rochas...


Acordei,
Não vi nada,
Não vi a alma
Não vi a espada
Arrastei o corpo,
Cheguei ao topo,
Furei o meu mal
Senti o fel,
Assassinei a mim
Encontrei o fim
E renasci...




Minha Velha Mochila


Acordei hoje
Sem medos,
Nenhum pesadelo.

Fui a mesa,
Na cesta os pães,
Um breve tchau,
A benção de minha mãe.

Peguei minha mochila
Com meus pertences,
Mirei minha trilha
E me pus a caminhar.

Minha mochila velha
Com todas as peças
De minhas roupas 
Poucas e poídas.

A estrada longa,
O sol, o pó, a poeira -
Os passos sem contas -
O arame da beira.

A mochila que pesa,
Seu tecido surrado,
O cansaço me afeta
A ralentar os meus passos.

A mochila se rompe,
Continuo o caminhar.
Olho minha meta ao longe,
E o tempo pra chegar.

Perco minhas meias,
Na estrada árida.
Mas ainda cheia,
Minha vontade ávida.

Os passos persistem
Na longa jornada,
Minhas coisas insistem
Em ficar pela estrada.

A mochila está leve
Mas o corpo não senti,
As coisas que se perdem,
Na estrada que segue.

Cheguei ao final
Com o corpo doído...

A mochila rasgada,
Meias, calças, camisetas.
Não sobrou nada.
Somente as perdas.

Me sinto desolado
Chegar no fim de tudo
Com a mochila rasgada
Com um vazio no fundo.

Perdendo durante a corrida
Os sentimentos conquistados na vida...

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Seu Lar...


Se eu pudesse voar, 
Voaria por um lugar 
Que você nunca imaginaria. 

Se eu pudesse navegar, 
Navegaria até aquela ilha 
Que a tristeza a transformou. 


se eu pudesse saltar, 
Me agarraria naquela rocha 
Escalaria todas as montanhas. 

Se eu pudesse sonhar, 
Sonharia com um dia lindo 
Como você nunca sonhou. 

Não deixaria meu coração 
Enraizado neste chão. 
Onde a alegria 
Não faz moradia. 

Mas vamos tentar, 
Feche os olhos 
Sinta no ar, 
O perfume, 
O que se pode achar, 
O seu lar....

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Estranho...


Estranho... 
Estou sempre alegre, 
Olho o mundo, 
Olho tudo .
Brinco, rio, falo, 
Encho o saco. 
Mas quando te vejo,
Me vem um desejo,
Me falta as palavras, 
Me perco
Nos teus olhos,
Teus lábios sorrindo, 
Teu beijo em minha face. 
O enlace de teus braços em mim 
Me deixaste assim: 
Apaixonado...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Fora do lugar...


Estraguei o mundo mudando de lugar e não mudando no fundo onde houveria de mudar...



Cordel do Reino Encantado II ( Era Uma Vez)


Ao longe, ao sul 
Onde antes do cinza 
No céu, 
Brilhava o sol no céu azul, 
Surgia um guerreiro 
Com alma de anjo 
Forte e altaneiro. 

Afugentava os dragões, 
Dominava os soldados inimigos
E por poupá-los 
Era admirado pelas multidões.

O rei assustado 
Acuado, calado, 
Com medo do guerreiro, 
Engoliu teu medo 
E muito dissimulado 
Cercou o guerreiro 
Com jóias e agrados 
Querendo que o homem virtuoso 
Rendesse tua honra 
Ao ouro luminoso 
Que no castelo aflorava. 

A água que fura a pedra 
Apagou o que o guerreiro era. 
A bondade se transformara na fera 
E o povo mais uma vez se desfaz a tal quimera. 

Mais um guerreiro posto ao chão 
Subjugado pelo ouro sujo 
Vindo do sangue dos homens em vão 
De um lado podre e obscuro. 

E o reino continua igual, 
Com as atrocidades, tudo normal. 
O reino dos anões 
Onde cresce as arvores em brasa 
Não se cansa de lutar 
Pela liberdade 
Que na realidade 
Os anões sem pensar 
São pequenos por acostumar 
Desde criança de joelhos caminhar...

Cordel do Reino Encantado I ( Era Uma Vez)



Era um vez 
Um reino de anões 
Onde os feijões 
Não mais cresciam. 

Eram todos cegos 
Não passam além 
Das fronteiras do ego 
Que a si oprimiam. 

Tinham um rei 
De duas caras 
Escravizava em nome da lei 
Era uma farra feita as claras 
No escuro do castelo  obscuro.

Sempre se curvava às leis 
E a espada do reino do norte 
Que tem força nas garras da morte. 

Era estranha a submissão, 
Pois o reino anão 
Mesmo tão pequeno, 
Era mais forte 
Que todo aquele veneno. 

O rei oprimia 
E o povo sofrido 
Fugia as pressas 
Para longe das lanças 
Que o rei fantoche 
Do reino do norte 
dominasse seu povo 
Encerrando os viventes 
Em seus calabouços 


Os dragões destruíam 
Aqueles homens que sofriam. 
Dias quentes que se seguem 
Corpos nas ruelas a luz do dia. 


O rei tinha amigos 
Que sobre influência 
Dos corrompidos 
Trocaram as virtudes 
Pelos seus vícios, 
Fechando seus olhos 
Para seus patrícios ,
Se voltando contra 
Seus próprios princípios...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Meu Ser...


Choro.
Cortates minhas asas arrancadas a golpes de ingratidão.
Foges.
Calastes minhas gargalhadas sufocadas pela solidão.
Rastejo.
Salivo o pó da estrada, encruzilhadas sem direção.
Ergo.
Afogento o medo com força de espada em minhas mãos.
Durmo.
Descanso a sombra da luz do te coração...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Dias...



Era dia. 
Era quase dia.
Tua boca sorria, 
Enquanto me perdia.

Era cedo.
Era muito cedo. 
Meu corpo ardia 
De medo 
Há luz da febo.

Era tarde.
Era bem tarde. 
Minha metade escurece, 
Me invade a tua ausência.

Era noite.
Negra noite. 
Açoite que rasgas 
Meu corpo, a tua partida 
Feridas de morte...

domingo, 15 de janeiro de 2012

A Dança das Ruas



A fome o consome.
Visto que lindo era teu surgimento,
Com o tempo,
Se desfez os sonhos.

Vem outro dia,
Engole teu choro a agonia.
A sina mal traçada,
A foice na carne maltratada, 
Olhos semi-serrados e lacrimejando
Mostrando a dor da desigualdade.
Mesmo com pouca idade,
Percebes teu futuro,
É sombrio, feio, e sujo...

domingo, 8 de janeiro de 2012

Meu Nome...


Meu nome é vento
Seja agosto,maio ou setembro
Com tormentas
A qualquer tempo
Meu nome é vento

Meu nome é pedra
Que se revolte Isis ou Hera
Que se perca em alguma quimera
Sem nemhuma fresta
Meu nome é pedra

Meu nome é luz
Rasgas o céu azul
Ascendendo teu corpo nu
A meus braços condus
Meu nome é luz

Meu espírito é água
Sem impuresa, alguma mágoa
Ou ciscos na alma
Plenitude, calma
Meu espírito é água...

domingo, 1 de janeiro de 2012

Sonho Meu...


Me perdi num azul tão azul 
Que me senti pela primeira vez
Sem chão;
Tão louco não
Extasiado sim.
No fim de um tunél de arco-íris
Que nem Ísis
Ou qualquer outro deus - 
Zeus, Hera - sei lá;
Terá tal beleza.
Alguma quimera que me leva,
Fontes de pura água fresca,
Tal beleza, só em teu seio vi....