segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Teu Beijo


Quero teu beijo

Sem jeito

Que alegras

Minha vida

A lida

Feridas

Um pedaço de céu

Ao léu

Com graça

As flores

A praça

O doce do pote

O forte

Tua grandeza

A pura beleza...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Ferido


Machuquei o passaro que voava baixo

Anicho

Suga-me o penhasco

Brinco com a morte

E desfaço as entorces

Levanto-me...

sábado, 22 de outubro de 2011

O Supermercado

Comprei um momento dentro do meu pensamento gratuito.
Vaguei por alguns instantes, nas estantes e prateleiras,
Super lotado no supermercado da inconsciência.
Kilos de decepções, amostra grátis de desamor,
A intolerância era promocional.
Como tal era a procura o valor ficou maior.
Mas o campeão em vendas, 
Na maior gôndola e tenda, 
Era a solidão que todos 
Faziam filas para encher os bolsos...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Matei-o



Matei-o.
Covardemente matei-o.
Insultava-me de forma vil
Com teu silencio mórbido
E suas promessas infames - 
O ópio que destrói - 
Calado sorridente.
Ameaçava-me de morte,
Espalhando cortes pelo corpo
Com teu rosto oculto e ingênuo. 
Espreitava-me a espada ao meu peito 
Impondo-me ao leito.
Minha redenção no inferno, 
Meus defeitos
Velhos e decadentes,
Ainda assim, 
Matei-o. 

Matei-o. 
Chorei os dias imensos 
Com sentimento morto
Como um corpo no poço profundo.
As escondidas, matei-o.
Amaldiçoei-lhe o espírito puro.
Criastes um muro entre eu e as virtudes inexoráveis
Que em minha alma tangiam.
Matei-o. 

Matei-o.
Com vontade e medo,
Com o ledo engano da certeza
Do corpo no leito,
Feito a luxuria dos desnudos
Em gozo profano,
Matei-me.




sábado, 15 de outubro de 2011

Dia Claro


Voce apareceu
Não te permitir
Invadir
Meu espirito

Tempestade atroz
Rio em sua foz
Eclipse induzido

Paraíso e dor
Tenue calor
As portas do Hades

Nada mais restou
Só um "por favor"
E não me ligue

Não vejo nada
No espelho
Estou velho
Voz que não alcança o ar

Só sinto
Meus pés
No convés
De uma nau a deriva

Amor assim
Dentro de mim
Jóia rara

Você é assim
Flor do jasmim
Dia claro...

domingo, 9 de outubro de 2011

Cansaço


Meu cansaço
Aumenta o espaço
Entre eu e voce

Minhas feridas
Engolem as folias
Do meu sentimento cru

Meu olhar pro chão
Confundem a direção
Pra sentir tuas curvas
Quando minhas mãos sujas
Insistem em não te tocar

Mas sempre te percebo
Quando cego, cedo
Volto-me pra dentro
No íntimo, no fundo
Te faço novamente meu mundo...

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Acordo...


Eu acordo tão cedo.
Tomo meu café ralo
Sacrifico mais um pouco
O meu corpo surrado
Meu oficio desumano
Alma degredada
Corro na multidão
Ouço choro, lamentos e sofreguidão.
Arrasto-me em espírito.
Impregno pessoas;
Sou um vírus.
Esqueço meu nome
Sou padrão
Fração
O “muito pouco”
No meio de Antonio, Maria, João...
Uma das várias partes
Do “muito pouco” ou mesmo nada.
Espero o carrasco
O açoite e os fardos
Lanço-me no obscuro
Caminho...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Canção da Liberdade


Nasce o sol
Divina primazia
Nascentes de aguá pura e fria
Ilha que se mostra ao mundo
Vinda do fundo
D'alma infantil
De alguém que não quer
Mais ser servil
Pois da força do vil metal
Forjei minha espada

As portas se abrem
Me invadem
Sonhos risonhos de um caminho novo
Hino de amor a vida

Finto as dores
Pinto as cores
E as flores do meu jardim
O som das arpas
O medo de minha alma afastas
Grata liberdade...