quarta-feira, 30 de maio de 2012

O Jardim

Olhei aquele jardim ao longe
Onde minhas vistas descansavam.
Os mesmos dias,
As mesmas horas,
Ali parava num singelo momento
Com aquele instante de paz ao sabor do vento.
Contemplava sua beleza,
Sua vida, sua flora.
No meio daquele vergel
Olhava para o infinito céu,
Sentia a liberdade gritar no meu peito
Feito a mãe-fera a defender seu filhote.
Mas no meio da calmaria avistei-a,
Com fúria santa,
Destruindo silenciosamente o que crescia ao seu redor,
O jasmim mais lindo que já vi.
Neste momento, nada era real,
O fim de tudo era o nada,
Minhas poesias efêmeras.
A beleza sucumbia ao jasmim
O fruto mais apetitoso da espada.
Mas esse jasmim que se insinuava com seu perfume
Une a beleza e a dor.
Não era meu, seus desejos
Seu amor.
Aquela flor singela,
Pérfida.
Escondia seu vicio.
O ilícito estancado na alma.
Da forma mais cruel me deixou.
Risonha e bela.
Pétalas ao vento,
Abriu-se ao céu e se foi.
Suas folhas murchas.
Mancham minh’alma resentida.
E assim vivo preso a frente do jardim
Com uma dor brutal e sem fim.
Mas não é culpa dela
É o poeta que erra
Quando rima seus amores
A fragilidade das flores
E assim procuro um motivo
Para seguir meu caminho...

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