segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

O Criador de Diabinhos

Eu tinha um grande fazenda.
Criava demônios de todos os tipos
Fazia criadouros cheios de demonios
eram tão bonitinhos...

Os alimentava com o ódio.
O meu e o que eu acarrancava cruelmente dos outros.
Era o ópio para os meu filhotinhos,
vitamina para os briguentinhos...

Eram uma gracinha
eu os usava para destruir tudo
era uma alegria sem fim
era divertidíssimos...

As vezes fica com pena desse mundo tão reto
Mas eu não poderia jogar meus adoráveis diabinhos ao relento
então, eu deturpava esse mundo ecumênico
das pessoas que constroem amores intensos

E a cada dia, mais demoníaco me senti
com tanta luz que via neste mundo
me sentia o próprio demônio num mundo ensolarado.
Mas por que confrontar se o inferno me torna belo como um terno? 

E assim, na minha desvalida vida financeira
serei milionário de tantos negócios a fazer
sou o pioneiro e o melhor criador dos meus monstrinhos
que não deixa ninguém subverter...

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Halloween

Na sombria noite de Halloween, 
na calada da noite, 
no deserto de uma esquina escura, 
a verdade e a consciência são estupradas pelos monstros dos discursos fáceis e oportunos.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Ima(gem)... parte 1

Tem noites que eu saio,
vou paro no bar 
um cigarro no ar,
tomo uma, duas ou três cervejas 
quando vou saindo vejo 
a Antônio Carlos vazia 
porém suas luzes acesas...

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Mata Fechada

Eu era mata fechada
e Sol meu companheiro
Corria feito raio 
O ensaio da maior força

Fala ao vento
doma o tempo
era dono do meu destino
Infinito.

E o Sol era meu guia
E eu iluminava o Sol
Eu era a própria luz

Mas o Sol que eu iluminava
me queimava
e de mata fechada fiquei árido
os rios das minhas veias surgiram secos
e o força mais bruta se tornou brisa.

Chamei ao céu escuro
o futuro que brilhasse
caminhei passos lentos
cadenciados e sem prazos

Passos rasos na dor que abunda
quem nem um mantra ou Buda
Seja perfeito em mundo algum
parti a lança de Ogum

Um perfeito herói que não voa
Entoa canções móbidas
De sofreguidão.

E de mata fechada me tornei árido.
Não reluzia o Sol que deixou se apagar

Batalha

Entrou em campo 
ando 
pego minha espada 
vou à luta 
luto 
sofro 
caio ferido 
lágrimas 
morro 
luto...

domingo, 19 de agosto de 2018

Continuo...

O tempo tá frio

Eu não sei o quanto eu vou continuar andando por essa cidade

Falta vontade, felicidade...

Às vezes fico pensando se é realmente interessante.

Indo pela noite onde

Ando

Às vezes sinto que pode ser que a coisa vá

Pode ser que não vá 

Enquanto isso o tempo vai esfriando

O mundo vai esfriando 

Às vezes o que era tão sólido parece não ser tão sólido assim

E quem maltrata talvez não seja tão ruim assim

E o algoz talvez não seja o algoz

Quando se é classificado às vezes no tumulto da vida não se sabe quem é um bandido ou quem é o mocinho

E assim eu continuo...

continuo...

continuo...

continuo...

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Plágio

As luzes, o pó e a poeira
A beira do rio,
um fio que corta o sertão.
Minha alma viva ser tão
frágil mas corro
Sou fugaz e ágil,
Um plágio quixotesco...

terça-feira, 3 de julho de 2018

Monstros

Cansei!
Aquele monstro obscuro que vive esgueirando-me não deverá mais viver.
Um monstro de escuridão que vem me perseguindo a tempos.
Não o darei trégua.
Estou com minha espada da fé,
Meu escudo bondade,
e meu cavalo da vontade.

Recolherei-me nos que me amam, o alimento 
e vitamina.
Mostrá-lo-ei meu armamento
e perícia.

Não sobrará medo, dor, tristeza.
Não sobrará nada.

terça-feira, 26 de junho de 2018

Rouco

Estou rouco. 
Mal consigo sofejar.
De tanto minh'alma gritar,
Não consigo mais falar.
Estou surdo.
Apenas murmuro...

terça-feira, 19 de junho de 2018

PUTA (História da Santidade Infernal)

Suor...
ELA com seu jeito safado querendo me comer.
Uma mulher que é santamente PUTA
com sua volúpia bruta
e uma vontade insaciável de fuder.

Sim!
ELA não quer tranquilidade e afago.
ELA quer ser fodida.
ELA quer que eu meta como nas loucuras de  Roma
ELA rosna.

me usa.
me chupa.
Ahhh!!!
ela engasga, lacrimeja e ri.
ELA me sufoca com sua buceta.
ELA não tem vagina
ELA tem buceta.
ELA tem tudo,
minha boca se ajeita
entre suas pernas.

ELA não tem métrica.. 

Te coloco de quatro.
ELA sorri.
Abro sua bunda e entro como um animal.
Entro sem dó ou piedade.
Abro com ardor seu cu apertado e lubrificado.
Morde meu pau.
Ela delira.
ELA chora e manda fuder.
ELA se molha.
me olha.
Segura minha mão,
encosta a cabeça no chão
e me manda rasgar-la.

ELA é dona do meu pau.
ELA tira meu caralho enterrado e chupa.
bate na minha cara.
me tara.

ELA quer gozar!
Bateu-me novamente na cara.
Sentou no meu caralho e me insultou.
ELA é PUTA.
ELA quer minha porra.
ELA quer meus palavrões.
É ELA.
ELA não se define.
ELA quer...
ELA tem..

segunda-feira, 18 de junho de 2018

A Cobra

E a cobra engoliu um sapo
O sapo que pulava todos os dias perto da lago
O sapo foi saltitante mas nesse instante,
O sapo foi devorado.

A cobra engoliu o sapo
O sapo era canalha
Não seria degustado tão facil
Ardiloso

Pela garganta descia o sapo
Que coaxava atordoado
No pescoço engarranchado
Feito nó dos amargurados

E a cobra que engole sapo
Morreu com ele engasgado...

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Imortal

No leito de morte imortalizei
O frio que vinha do sul me sucumbiu na minha máxima força
E assim o inferno de Dante diante dos meus olhos se tornaram luz
Me pus em círculo, um ícone a ser cercado...

Suspiro...

Me encolho, contorço e giro...

São as duas frases de um mesmo grito...

segunda-feira, 21 de maio de 2018

O Frio

O frio habita as ruas.
As mãos geladas
Os pés quietos.
Pessoas andam...

Andei sem rumo apenas para me esquentar.
Esquentar...
O frio permeia minha alma.
Congela minha retina.
Não enxergo, apenas tremo.
Congelando das veias ao fêmur.

A congelei as mãos.
Meu corpo frio congela tudo ao redor.
Ela veio estender-me a mão.
Acho que era para aquecer-me então
Mas ela vinha do frio também.
E as mãos dadas era para esquecer a solidão.

Talvez o frio venha da falta de abraços.
Talvez do vento frio do caminho.
Pode ser da falta de passos.
Ou da falta do vinho...

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Desnudado(Fragmentos)

"Estive alí parado, desnudado. 
Parecia uma criança que fugia das bombas, correndo pelado tentando no tempo e espaço, 
o meu encontro em mim, 
meu pedaço."

quarta-feira, 18 de abril de 2018

As Histórias(Diálogo em linhas retas e tortas)

E contaram-te uma história.
Essa história era longa, muito longa.
Os fonemas que saiam pelo ar foram escritos em linhas retas.
De tão retas, perdiam-se no horizonte.
Um texto muito bem escrito.
Um texto simples e obedecendo todas as regras ortográficas.
É muito certinho esse texto, 
Dava até gosto de ler.
Uma história bem estruturada,
Tinha começo, meio e fim.
Mas algo me soava estranho.
Era muito certo.
Certo demais.
A perfeição dos personagens era intrigante.
O herói era cintilante como sol das manhãs,
A mocinha sempre surrada pela vida.
O vilão - ah, o vilão. 
O clichê em pessoa. 
Cruel e fugaz.
Nada fora da normalidade.
Das histórias típicas.
Da cultura das histórias.
Mas a história já estava pronta e muito conhecida.
Não precisamos conhecer a história da história.
E assim é.
Li
Re-li
Mas descobri que as linhas retas tinham lacunas na história
E de tão perfeita se tornava torta.
Percebi que as histórias nunca serão retas.
A linha que se escreve as histórias nem sempre são retas.
Mesmo que insistimos a ve-la reta.
Mas não é reta.
E não será.
Então, ficarei aqui.
Admirando minha história em linhas tortas
E torcendo pelos que só enxergam a linha reta.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Das Terras Negras

E ela brotava da terra negra.
Terra que nutria mais que as outras terras.
E ela era bonita.
Era planta,
Era vento,
Era chão,
Era incêndio.
Ela era o mundo!
Mas um dia
O que era colorido,
Ficou opaco.
E a tela ficou sem cor
E não teve risada,
Ficou mudo.
E mudou
E o tempo partiu seu espírito.
E isso também partiu meu espírito.
E a terra escura,
Ficou terra cinza.
Virou terra dos cínicos.
E o que era grande
Se apequenou. 
Mas no fundo,
Se cumprirá a regra.
Ela é bonita de alma grande,
Nascida a terra negra...

quarta-feira, 14 de março de 2018

Choveu,choveu...choveu...

E eu andava como um perdido mendigo triste
e assim houve lágrimas do céu.
As lágrimas eram duras e eu pouco preocupado.
Andava cabisbaixo e desarmado
Abri meu guarda-chuva e sorri.
Meu mundo alagava em chuva
Mudava o tempo e a temperatura
Mas eu "nem aí".
Fui com meu guarda-chuva aberto,
furando, queimando e fui.
O alagamento de fogo veio
Se plantou na terra
e eu fui...
Sorridente, fui...

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Em chamas.

Eu andava só
e sozinho sentia o pó
da estrada tão estranha mas segura.
A fervura que eu não queria, morava nas
entranhas do inferno, mas não a queria.
Naquela estrada,
ali eu me escondia
mas o amor é covarde
Invade um peito que não quer alucinação
E eu que não sei amar, desarrumava-me.
E o inferno se abril na minha frente
fui engolido pelo diabólico sentimento.
Não era brincadeira.
e as chamas eram inacreditáveis
Enquanto ela sorria, meu corpo se contorcia
Ardia.
Não quero esse inferno.
Não sou Dante.
Não sou subalterno
Não sou corrupto, meliante.
Mas estava ali.
Queimando,
O corpo em chamas
Não quero mais o inferno
Não quero mais...

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Acabou(?)

E o que se previa aconteceu.
Os velhos maias escreveram com temor.
Eu esperava atentamente
E assim começou aquele ardor.

As rubras rochas vieram aos montes
E o que era desânimo virou pavor
Fugiam para as cruzes, os deuses e os monges
E o que era ódio virou "amor".

E as rochas rasgando o céu
apavoraram os soldados
O ouro, gosto extasiante  mel
foi esquecido, isolado.

E chegaram as rochas
Chegaram o choro e gemido 
Chegaram os lamentos e arrependimentos
Chegaram os furacões.

E era grito
E era inferno
Era fogo
e era.
Nada mais é.

E do sangue se formaram rios
e o fogo era tudo
e sobrou  apenas gemidos
e limpou-se o que era imundo

No fundo...
A destruição era o que sobrou.
Sobrou fumaça,
sobrou cinza...

Acabou...

Acabou...


Nada...

E alí, chegou a chuva...

Choveu...

Ventou...

Choveu, choveu...

Ventou...

Num canto cinzento, pigmentou  o verde.
O tímido verde...
Florescerá?
Se repetirá?
E o verde floresceu...