quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Cheguei?

        Acordei hoje um pouco mais cansado. Era muito tarde quando me deitei. Ou melhor: dormi de fato.
        A madrugada rompia junto com meus pensamentos vagantes. Uma pequena retrospectiva veio a minha cabeça. As grandes construções feitas este ano, as grandes decepções, as mais cruéis traições, os mais inesperados acolhimentos... Foi um tempo inconstante. Do momento em que tudo voava em céu de brigadeiro e com visão plena do horizonte aos passos dados com pernas de dez quilos, com caminho espinhoso e com encruzilhadas. Tudo sempre muito pesado, mas quem não teve suas pernas pesadas em algum momento? O peso vem de decisões ou em muitos casos, a falta delas. Protelar, esconder-se, fingir que tudo está em seu lugar, avançar, atacar, ir para cima, moldou-me o ser e o estar. 

       Tive o coração, muitas vezes, dilacerado e acalentado, mas prossegui. Tive perdão e negação, mas também perdoei e muitas vezes dei as costas e assim prossegui. Chorei o choro dos canalhas e gargalhei a rizada dos desvalidos, mas prossegui. Fiquei meio assim: sem ao certo saber em quem me transformei, o que adquiri ou onde cheguei mas sei exatamente onde quero chegar e quem quero ser.
      
      E assim, dormi...