terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O Relógio

Tic,tac,tic,tac...
O relógio que  disperta
Um novo dia que me espera
Tic,tac,tic,tac...
O carrasco se levanta
Teu açoite, nas mãos, me lança
Tic,tac,tic,tac...
Na dor de um triste dia
Que mais uma vez desafia
Tic,tac,tic,tac...
Minha ira construída
Na navalha que amolas
Tic,tac,tic,tac...
Em minhas vísceras, em meu corpo
Morto a cada dia
Tic,tac,tic,tac...
Que na volta do ponteiro
Mostras as marcas no meu peito
Tic,tac,tic,tac...
Me negando ver a aurora
Para o fim de tarde sem demora
Tic,tac,tic,tac...
Voltar pra casa e deitar
Pra outra vez ouvir
Tic,tac,tic,tac...
O relógio despertar.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Dizem...

Dizem que não é tão forte a dor neste peito meu...
Dizem que meu espírito é incapaz de transcender o céu...
Dizem que o céu, não a aurora que á mim, cubra como véu...
Dizem que o véu, me deixa pelo caminho ao léu...
Mas nunca dizem que toda essa perdição horrível, vem dos olhos teus, do amor que era meu...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Meu Dia

Estou debruçado sobre a mesa
As conversas ao lado são incistentes
Mas permanente é minha surdez,
Que fez meus dedos deslizarem pelo teclado
Duro e calado.
Meu desejo de vida se reduz a respiração.
Porções de ar que se tornam saborosas
Únicas e silenciosas.
O tempo me agride e tortura.
O relogio zomba a cada minúsculo segundo
Que meu cerebro recebe como um chicote.
Um ataque letal
No fundo do coração estilhaçado.
E assim vou arrastando o meu dia
Com gente iludida
Com sorrisos que acharam nas revistas de moda...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Meu Amor

Quero um dia só para o meu desejo,
Nenhuma dor no meu peito,
Sair do meu leito e ver o céu.

O ar da manhã,
Morder outra maçã,
Sentir minh'alma sã num amor meu

As aves no alto,
Meus pés no asfalto,
Dar um salto para o futuro.

Ser com um brilhante,
Beleza e luz constante,
Sedução - toque intrigante,
Como o olhar sobre o muro...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ardente


Teu corpo quente
Me enche de desejo.
Meu libido a
Água na boca,
Louca,
Me tiras o sono.
Domo meu ímpeto.
És única,
Dispara meu coração.
Quando chegas
Traz nos olhos
Toda luz e
Em teus seios
Minha ceia...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Aprendas...


Corras atrás de tua vida,
Para que não seja consumida
Tua pobre comida.
Para que não fique com os restos,
Deixados aos insetos
Que sempre estão a lhe espreitar.
Aprendas a ler,
Para que leias nas entrelinhas
Do poder,
Não creia no que é nefasto.

Endireite teus pés,
Para que ao invés de chorar,
Possas caminhar sem fraquejar
Sobre as pedras que surgem no caminho.

Mas saboreie a vida com amor
Pois também tem espinhos na flor.
Rejubila-te com todo amor.
Com todo carinho...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A Fonte


É dia. 
A fonte de água limpa jorra sem medo.
Logo cedo, levantas ainda dormindo,
Quando se esquece da água pura,
Se tranca em seu lado escuro.
Renegas a luz.
Conduz o medo da fonte
Como uma criança indefesa.

O tempo sem pressa
Rouba tua vida,
Tua leveza. 
Dos olhos a beleza
E a certeza de que a fonte
Esta a jorrar...

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Minhas Palavras



Minhas palavras são muitas,
Um vasto dicionário
Que no dia-a-dia
Consertam os pequenos erros -Meros equívocos.
Mas quando o peito parte,
Os olhos ardem,
Minhas palavras se vão
Tão longe que acho que nunca existiram.
Mas pra ti
Deixo meu coração,
Que mesmo mudo
Diz tudo que as palavras
Não disseram...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Fênix



Choro.
Cortastes minhas asas -
Arrancadas a golpes de ingratidão.
Foges.
Calastes minhas gargalhadas,
Sufocadas pela solidão
Rastejo.
Salivo o pó da estrada,
Encruzilhada sem direção.
Ergo-me.
Afugento meu medo com força
Da espada em minhas mãos...

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Teu Beijo


Quero teu beijo

Sem jeito

Que alegras

Minha vida

A lida

Feridas

Um pedaço de céu

Ao léu

Com graça

As flores

A praça

O doce do pote

O forte

Tua grandeza

A pura beleza...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Ferido


Machuquei o passaro que voava baixo

Anicho

Suga-me o penhasco

Brinco com a morte

E desfaço as entorces

Levanto-me...

sábado, 22 de outubro de 2011

O Supermercado

Comprei um momento dentro do meu pensamento gratuito.
Vaguei por alguns instantes, nas estantes e prateleiras,
Super lotado no supermercado da inconsciência.
Kilos de decepções, amostra grátis de desamor,
A intolerância era promocional.
Como tal era a procura o valor ficou maior.
Mas o campeão em vendas, 
Na maior gôndola e tenda, 
Era a solidão que todos 
Faziam filas para encher os bolsos...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Matei-o



Matei-o.
Covardemente matei-o.
Insultava-me de forma vil
Com teu silencio mórbido
E suas promessas infames - 
O ópio que destrói - 
Calado sorridente.
Ameaçava-me de morte,
Espalhando cortes pelo corpo
Com teu rosto oculto e ingênuo. 
Espreitava-me a espada ao meu peito 
Impondo-me ao leito.
Minha redenção no inferno, 
Meus defeitos
Velhos e decadentes,
Ainda assim, 
Matei-o. 

Matei-o. 
Chorei os dias imensos 
Com sentimento morto
Como um corpo no poço profundo.
As escondidas, matei-o.
Amaldiçoei-lhe o espírito puro.
Criastes um muro entre eu e as virtudes inexoráveis
Que em minha alma tangiam.
Matei-o. 

Matei-o.
Com vontade e medo,
Com o ledo engano da certeza
Do corpo no leito,
Feito a luxuria dos desnudos
Em gozo profano,
Matei-me.




sábado, 15 de outubro de 2011

Dia Claro


Voce apareceu
Não te permitir
Invadir
Meu espirito

Tempestade atroz
Rio em sua foz
Eclipse induzido

Paraíso e dor
Tenue calor
As portas do Hades

Nada mais restou
Só um "por favor"
E não me ligue

Não vejo nada
No espelho
Estou velho
Voz que não alcança o ar

Só sinto
Meus pés
No convés
De uma nau a deriva

Amor assim
Dentro de mim
Jóia rara

Você é assim
Flor do jasmim
Dia claro...

domingo, 9 de outubro de 2011

Cansaço


Meu cansaço
Aumenta o espaço
Entre eu e voce

Minhas feridas
Engolem as folias
Do meu sentimento cru

Meu olhar pro chão
Confundem a direção
Pra sentir tuas curvas
Quando minhas mãos sujas
Insistem em não te tocar

Mas sempre te percebo
Quando cego, cedo
Volto-me pra dentro
No íntimo, no fundo
Te faço novamente meu mundo...

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Acordo...


Eu acordo tão cedo.
Tomo meu café ralo
Sacrifico mais um pouco
O meu corpo surrado
Meu oficio desumano
Alma degredada
Corro na multidão
Ouço choro, lamentos e sofreguidão.
Arrasto-me em espírito.
Impregno pessoas;
Sou um vírus.
Esqueço meu nome
Sou padrão
Fração
O “muito pouco”
No meio de Antonio, Maria, João...
Uma das várias partes
Do “muito pouco” ou mesmo nada.
Espero o carrasco
O açoite e os fardos
Lanço-me no obscuro
Caminho...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Canção da Liberdade


Nasce o sol
Divina primazia
Nascentes de aguá pura e fria
Ilha que se mostra ao mundo
Vinda do fundo
D'alma infantil
De alguém que não quer
Mais ser servil
Pois da força do vil metal
Forjei minha espada

As portas se abrem
Me invadem
Sonhos risonhos de um caminho novo
Hino de amor a vida

Finto as dores
Pinto as cores
E as flores do meu jardim
O som das arpas
O medo de minha alma afastas
Grata liberdade...


sexta-feira, 29 de abril de 2011

Acordei


Escrevo meu futuro na areia
A visto a lua linda na minha mão
Espalho gargalhadas pelos bosques
Acordo sem sentir meu coração...