segunda-feira, 30 de abril de 2012

Sementes...

Hoje quero vagar na escuridão profunda,
Oriunda de meus mais lindos sonhos.
Pelos desertos infinitos que minha dor traz-me,
Nos espinhos de flores que perfumam minhas feridas - 
Minha alma gélida – até perder a consciência.
Consciência?
Minha consciência... 
Assim lívida, vai-te.
Para que meus ossos magros 
Se transformem em sementes 
Dentre as pedras e terra dura,
Crescendo forte, seja cura
Para quem segura minha mão...

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A


A letra “a” para começar.
Mas quando a caneta falha, 
A palavra incompleta.
Perde o sentido, o sentimento
No vão das linhas mal traçadas
Do texto pela metade.
Rouba inspiração,
Esconde a verdade
De toda minha emoção...

Fragmentos I


Às vezes ando em círculos,
Esbarro nos muros,
Perfuro minha perspicácia,
Minha força contraria.
Sinto-me estranho com você,
Minha força toda se reduz ao medo
Mas ainda assim te percebo um sol mais cedo...

terça-feira, 10 de abril de 2012

Carta de Despedida


Venho através destas simples palavras, mas minhas,
Escrever-te essa pouca linhas.
Agradeço por você ter morado comigo,
Feito minha vida segura
Sem oscilações ou qualquer outra desventura.
Foram anos de tranquilidade,
Passos cadenciados pelas ruas da cidade.
Nenhuma surpresa ou novidade.
Dei-te meu coração,
Todos os meus pensamentos enlouquecidos
Minhas pernas, olhos e minhas mãos.
Mas infelizmente é chegado a hora de deixar-te.
Não foi maldade não,
Mas aquela menina com olhos pequenos
Convidou-me a voar.
Achei que era brincadeira, mas percebi meu corpo no ar.
Agora não consigo me ver no chão e não posso mais voltar.
Agradeço-te por me fazer enxergar,
Que meu mundo não era seu.
Encontro-te por aí,
E não me espere para o jantar,
Pois estou muito ocupado agora sendo feliz,
Sem nenhuma sombra ou escuridão.
Um abraço e tchau, companheira solidão...

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Mudanças...

A pungente vontade de mudança,
Morre nas mãos do verdugo, 
Na falsidade da palavra esperança
Encostados no frio dos muros.

Não ando com sorriso ou alegria aparente,
Visto preto remeto ao lado sombrio.
Pensamento doente,
Caminho arrastando 
Com sangue no olhar,
Espada nas mãos 
E uma pedra no coração
Veredas lindamente aleivosas.
Nas armadilhas dos sorrisos
Minhas palavras calaram-se.
Escondo minha dor inerente
Que me acompanha desde a tenra idade
Pelas ruas sujas da cidade
Na velocidade do pensamento perdido
No aflito momento que choro...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A Árvore


Não era raro ver as árvores.
Era estranho não ver nada
Nos campos que amei,
Nas almas que resgatei
A arvore da vida que crescia
E merecia mais a minha atenção...