quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Minha Velha Mochila


Acordei hoje
Sem medos,
Nenhum pesadelo.

Fui a mesa,
Na cesta os pães,
Um breve tchau,
A benção de minha mãe.

Peguei minha mochila
Com meus pertences,
Mirei minha trilha
E me pus a caminhar.

Minha mochila velha
Com todas as peças
De minhas roupas 
Poucas e poídas.

A estrada longa,
O sol, o pó, a poeira -
Os passos sem contas -
O arame da beira.

A mochila que pesa,
Seu tecido surrado,
O cansaço me afeta
A ralentar os meus passos.

A mochila se rompe,
Continuo o caminhar.
Olho minha meta ao longe,
E o tempo pra chegar.

Perco minhas meias,
Na estrada árida.
Mas ainda cheia,
Minha vontade ávida.

Os passos persistem
Na longa jornada,
Minhas coisas insistem
Em ficar pela estrada.

A mochila está leve
Mas o corpo não senti,
As coisas que se perdem,
Na estrada que segue.

Cheguei ao final
Com o corpo doído...

A mochila rasgada,
Meias, calças, camisetas.
Não sobrou nada.
Somente as perdas.

Me sinto desolado
Chegar no fim de tudo
Com a mochila rasgada
Com um vazio no fundo.

Perdendo durante a corrida
Os sentimentos conquistados na vida...

Nenhum comentário:

Postar um comentário