quinta-feira, 25 de julho de 2019

Mãe-Pátria II


Jovem com olhares cansado marejados

Pele espeça de tanta pancada, voz que se arrasta, falha

Caminhas o caminho pisado, cascalho nos pés descalços.

Andou retirando-se retirante.



Passou por favelas, vielas e o agreste,

Prestes a desistir, com fome, maltratada

Agredida em sua carne e em sua alma

Contando os dias que haverá a frente



Anda lentamente Não há tempo

Suas sementes já brotaram



Um que ficou numa cova rasa

Outro aquecido em suas entranhas

E eu em sua mão Direita calejada

Carregada e carregando



E aquilo que era fé

Virou dor

O que não se pode ter

Matou o amor

Minha mãe pátria suja me esquece numa esquina escura.

O que me sobrou agora

Foram os ratos

Os restos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário