Não andava,
Voava.
Olhos cintilantes, farol na noite.
Um brilho desconcertante, ofuscante
Pelo caminho caminhado, pisado.
A brisa sacudia seus cabelos.
Passava o mundo em câmera lenta.
E a brisa foi cessando,
E de fresco foi ficando árido.
Solo cada vez mais quente.
Calmamente estranho
Caminho vazio.
O vulto
O surto
O Insulto
O luto
O luto
E ela solto-me a mão,
Levantou os olhos
E desistiu do caminho
Não é normal para quem voa
(Voava aos nossos olhos)
Mas vinha presa,
No fundo do abismo da alma
Não via no espelho a mesma luz.
Preferiu outro caminho.
Dizendo que voltava amanhã,
Soltou-me a mão e se foi.
Assim vi sua escuridão
Assim dimensionei seu verdadeiro clarão...
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