segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Plantador de Sonhos

Estava na varanda de casa.
Tomando meu café, eu assuntava. 
Saí com minha enxada velha, gume cego e meio torta.
Andei pela imensidão das terras.
Arranquei galhos secos e árvores grossas.
Arranquei as ervas que empesteavam o campo.
Capinei a terra seca, reguei.
Umedeci a dureza que a natureza me impôs.
Furei e joguei minhas sementes de sonhos.
Cultivei...
Cresceram com galhos tão grandes que eu não os alcancei mais.
Sentei ao seu pé aos prantos.
O soluço era constante.
Dormi ao pé da minha Árvore dos Sonhos
Acordei com tristeza, decepção e ódio.
Com olhos vermelhos e dor latente.
A machadadas, cortei a árvore.
Não chorei, apenas solucei.
Olhei seus pedaços espalhados pelo campo.
Peguei minha enxada e a quebrei.
Baixei meus olhos e voltei a varanda de casa.
Peguei um café e voltei a assuntar...

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